Recentemente, a demanda por processos de recuperação e reforço estrutural tem aumentando significativamente no setor da construção civil. Muito disso se deve à tendência da realização de reformas e retrofits de construções antigas e, principalmente, à problemas estruturais decorrentes de projetos mal elaborados ou com falhas decorrentes da sua execução.
É neste cenário que o encamisamento de pilares se mostra uma opção interessante e eficaz na realização do reforço estrutural. Mas você sabe como ele é feito e qual concreto deve ser utilizado nesta técnica?
Confira as dicas que iremos apresentar neste artigo e evite problemas no momento de realizar o encamisamento!
Qual é a importância do pilar?
Para melhor compreender como deve ser realizada a técnica de encamisamento, é importante saber antes o que é um pilar.
Os pilares são elementos estruturais lineares, usualmente submetidos a cargas de compressão e utilizados verticalmente. Em uma obra, eles são responsáveis pela transmissão de cargas da estrutura para a fundação, exercendo um papel muito importante na estabilidade e sustentação de um edifício, por exemplo.
Devido à sua importância, esses elementos devem sempre estar em excelentes condições, para que exerçam corretamente seu papel e garantam a segurança da edificação.
Entretanto, problemas nas vigas podem ocorrer devido a uma série de causas, colocando em risco toda a edificação. Como exemplos dessas causas, podemos citar:
Também durante a realização de reformas ou restaurações, caso cargas adicionais forem introduzidas na estrutura sem um estudo prévio, os pilares podem ficar sobrecarregados, comprometendo a segurança do local.
Portanto, em ambos os casos, em que há falhas nos pilares, o recomendável é realizar o procedimento de encamisamento de pilar, garantindo que ele sustente adequadamente a estrutura.
O que é o encamisamento de pilar?
Vimos que o pilar é de extrema importância em uma edificação e que, em alguns casos, é necessário fazer um reforço estrutural no mesmo para garantir a segurança da obra.
Dentre as diversas opções de reforço estrutural (utilização de protensão, materiais compósitos, estruturas metálicas etc.), o encamisamento de pilar ou encamisamento de concreto armado se destaca, devido ao seu baixo custo, facilidade de execução e por dispensar a utilização de vigas de sustentação durante a operação.
O encamisamento de pilar é, portanto, uma técnica que visa reforçar essa estrutura, criando uma área adicional ou aumento de secção que permite, consequentemente, diminuir as tensões aplicadas.
A área adicional é obtida por meio do envolvimento total ou parcial do pilar por concreto aliado ou não às armaduras.
No procedimento, normalmente utiliza-se guias laterais (formas) para evitar a perda de concreto e modelar a forma final do pilar, além de escoras para garantir a segurança da operação.
Outro ponto muito importante a ser observado é a escolha do concreto que será utilizado, pois uma decisão equivocada pode gerar problemas de aderência (ligação química) entre o concreto antigo e o novo, além de cura inadequada, devido à diferença de umidade entre os dois tipos de concreto.
Então, para não errar na escolha, confira dicas na sequência.
Onde este procedimento pode ser utilizado?
Como já abordado acima, a técnica do encamisamento possui uma ampla gama de utilização, sendo aplicável em quase todos os setores da construção civil.
Os exemplos mais comuns de utilização da técnica são:
Como é feito o processo de encamisamento?
A técnica de encamisamento de concreto armado, apesar de parecer simples, demanda um conhecimento técnico muito avançado, além do domínio de todos os procedimentos. Somente assim a qualidade e a segurança desejadas são alcançadas.
Para tanto, a Simcon oferece este serviço, evitando que você se preocupe no momento de realizar o processo de encamisamento. Com ampla experiência e profissionais extremamente capacitados, o seu projeto de reforço estrutural será seguramente bem executado.
Agora que você já sabe sobre os cuidados que devem ser tomados e da importância de se contratar profissionais capacitados, vamos explicar as etapas de realização do procedimento, que é realizado em 5 partes.
Antes de realizar qualquer procedimento no pilar, é necessário certificar que a segurança no entorno do local. Para tanto, é altamente recomendável o uso de escoras nas regiões próximas ao pilar.
As escoras irão “substituir” o pilar na função de suportar as cargas da estrutura de maneira temporária (até que o reforço seja efetuado por completo). Portanto, é importante escolher com cautela os locais onde as escoras serão posicionadas, de forma que não atrapalhem o processo de encamisamento e que suportem as cargas impostas pela estrutura.
A segunda fase desta técnica consiste na preparação da superfície. Apesar da etapa em questão parecer irrelevante, é um dos pontos cruciais do processo.
A superfície do concreto antigo do pilar necessita de tratamentos para que uma boa ligação entre o material inicial e o de adição seja obtida e para remover o material deteriorado. Nos casos em que esta etapa não é bem realizada, o resultado final do reforço é bem inferior, fazendo com que o efeito do procedimento dure menos tempo e que, em alguns anos, seja refeito.
Na mencionada etapa deve-se, primeiramente, aumentar a superfície de contato e a rugosidade da viga, por meio do uso de martelo de agulhas, jatos de areia ou de água à alta pressão. Desta forma, a superfície terá um aspecto mais grosseiro, o que vai proporcionar uma grande melhora no processo de adesão do novo concreto.
Em seguida, a superfície deve ser limpa para que pequenos detritos e poeira sejam retirados, o que ajuda a assegurar mais ainda a adesão, citada anteriormente. Nesta etapa, o mais comum é utilizar ar comprimido ou jato de água.
A partir desta fase, inicia-se o uso das estruturas adicionais em relação ao pilar original. O primeiro material inserido é armadura, que possui 4 tipos distintos de configurações em relação ao pilar.
As distinções se dão em relação ao número de faces em que a armadura será envolta no pilar. Assim, temos: o reforço em todo o contorno do pilar (4 faces), em 3 faces do pilar, em 2 faces ou em face única.
Outra característica é a direção das armaduras, podendo ser colocada nos sentidos longitudinais e transversais. Além disso, temos a opção do uso de conectores metálicos que interligam as antigas e novas estruturas.
Lembrando que a escolha de qual posicionamento utilizar deve ser feita com base na análise completa do projeto, sendo recomendado consultar um engenheiro ou empresa especializada no setor.
Aqui, diversas técnicas e estratégias são usadas para que o correto preenchimento da viga ocorra.
Inicialmente, temos a montagem das formas, processo que irá determinar a forma final da viga. Neste momento, precauções como a utilização de “cachimbos” a cada metro de altura e o uso gravatas são essenciais para certificar o bom adensamento e preenchimento total e correto da forma.
Outro fator significativo é a escolha do tipo de concreto a ser utilizado. Por tratar-se de um assunto complexo, dedicamos um tópico especialmente à ele, conforme verá a seguir.
O último passo é a cura do concreto. Nesta tarefa, é interessante saber o tempo recomendado de cura pelo fabricante, uma vez que este pode variar bastante.
Passado o tempo necessário, as formas podem ser retiradas do entorno do pilar. Neste momento, o concreto já adquiriu toda a resistência prevista.
Em alguns casos, a superfície final do pilar apresenta irregularidades, sendo necessário a aplicação de uma massa de regularização (reboco) para finalizar o reforço e adicionar o acabamento final ao pilar.
Qual concreto usar ?
Como abordado anteriormente, o concreto usado no encamisamento tem um papel importantíssimo no resultado final do reforço estrutural. É necessário escolher com muita atenção aquele que será utilizado em sua obra, tarefa que, em certos casos, se torna difícil, pois há disponíveis no mercado aproximadamente 30 tipos diferentes de concreto.
No entanto, algumas características gerais do concreto devem ser respeitadas para que o procedimento de encamisamento não apresente falhas. Dentre elas, podemos citar: baixa viscosidade para bom preenchimento, boa resistência à compressão e boa interação com a substrato (o concreto antigo do pilar).
O próximo e último passo da escolha do tipo de concreto é a definição das características mecânicas necessárias para o projeto em questão, o que é realizado pelo engenheiro de concreto ou empresa especialista. São exemplos de características a serem definidas: traço do concreto, aditivos (químicos e minerais) e a sua viscosidade para a obtenção do melhor resultado em termos de custo-benefício para a sua obra.
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