O mercado imobiliário em 2022 apresentou ótimos resultados, mesmo com um cenário bastante complexo, causados por uma variada série de fatores.
Para se ter uma ideia, a construção civil está crescendo a oito trimestres consecutivos, um resultado inédito. Em comparação, a última vez em que o mercado apresentou um crescimento similar (em sete trimestres) foi em 1996. Impressionante, não é mesmo?
Aliás, se você quiser entender um pouquinho mais sobre o desempenho do mercado imobiliário neste ano, recomendamos que confira o nosso post sobre o Primeiro Semestre do Mercado Imobiliário em 2022.
Assim, você poderá ter uma visão bastante completa sobre o cenário macroeconômico da construção civil ao longo deste ano.
Entretanto, mesmo com um alto nível de crescimento do mercado imobiliário, percebemos que também existe uma certa insegurança quando se fala em novos investimentos.
Isso acontece, principalmente, por conta das eleições de 2022 e suas possíveis consequências econômicas, que estão diretamente atreladas aos candidatos eleitos e seus planos de governo.
Por exemplo, a vitória de candidatos específicos pode mudar por completo a situação da economia brasileira, principalmente por possíveis quedas do nível de confiabilidade do mercado e planos de governo mal planejados, sob o ponto de vista financeiro.
Obviamente, não fazemos aqui nenhum juízo de valor em termos políticos, mas é notável que o mercado (nacional e internacional) enxerga diferentes candidatos de diferentes formas, e, com toda a certeza, isso influencia nos investimentos realizados no país.
E esse cenário político não influencia o país apenas neste ano, mas também nos próximos 4 anos que virão a seguir, o que torna esse momento ainda mais delicado para o mercado.
É necessário observar também que essa insegurança é motivada por outros fatores, como:
Sim, nós acabamos de falar o quanto o mercado da construção se manteve aquecido mesmo em um dos períodos mais desafiadores de toda a sua história.
Porém, precisamos lembrar que, atualmente, estamos vivendo um período pós-pandemia onde o Covid-19 ainda está presente, mas não causa os mesmos impactos dos últimos dois anos.
O mercado está se recuperando em todos os sentidos, mas justamente por ser um período de recuperação, tudo acontece mais lentamente.
Podemos perceber isso na própria taxa de crescimento do mercado que, mesmo com resultados fortes, vem apresentando uma evolução menor do que aquela notada em 2021, principalmente por conta da diminuição do boom de compra de imóveis causado pelo isolamento social e pelo encarecimento das ofertas de crédito.
Além disso, também estamos passando por um momento de taxas de juros elevadas, que são influenciadas por fatores como:
Essas taxas de juros fazem com que o consumidor final se sinta desestimulado a buscar por crédito no mercado, impactando diretamente às empresas de construção, já que o nível de procura por financiamentos imobiliários cai.
A queda na demanda impacta a oferta existente, criando um ciclo potencialmente perigoso no longo prazo.
Às empresas do mercado imobiliário, por sua vez, precisam lidar com a alta dos preços na construção e ao mesmo tempo absorver parte do valor em virtude da diminuição do poder de compra de grande parte da população.
Vale a pena ressaltar que o Governo, por meio do Programa Casa Verde e Amarela, tem buscando novas formas de tornar o crédito mais acessível para grande parte da população por meio do prolongamento de prazos de financiamento, que reduzem o valor pago a cada parcela.
A junção dos fatores citados anteriormente acaba causando uma grande insegurança no mercado imobiliário, pois, dependendo do resultado eleitoral, investimentos agressivos podem gerar grandes perdas financeiras.
Ou seja: para muitas empresas faz muito mais sentido pausar seus investimentos, observar o que irá acontecer com o mercado para somente depois disso tomar uma ação.
Afinal, com todo o contexto de pós-pandemia e alta taxa de juros, qualquer tipo de erro financeiro pode gerar grandes consequências.
Vale a pena ressaltar que essa insegurança no mercado também se manifesta por meio de:
O adiamento de projetos, como citamos anteriormente, é uma consequência natural da insegurança existente no mercado.
Porém, isso não significa de modo algum que o mercado imobiliário está parado ou irá parar de crescer por conta dos possíveis adiamentos, até porque, isso não acontece de forma massificada.
Além disso, esses projetos voltarão a ser desenvolvidos após o período de eleições, quando houver mais certeza e confiabilidade sobre o futuro econômico.
Em geral, compradores de imóveis de alto padrão são:
Esses grupos são diretamente influenciados pelo futuro econômico, por atuarem em mercados e estruturas com maior nível de ganhos financeiros e, consequentemente, riscos.
Por isso, é possível que haja uma diminuição nos investimentos em imóveis de alto padrão até o fim da eleição.
Também podemos observar uma redução nos investimentos das estruturas empresariais, como lojas, galpões, escritórios e outras estruturas.
Os investimentos costumam ficar mais tímidos nessa época do ano, pois as empresas possuem preferências pela finalização do processo de eleição antes de tomarem grandes decisões de expansão e crescimento em termos de estrutura.
Vale a pena ressaltar que, em geral, estruturas muito robustas apresentam grandes custos fixos, o que pode ser um grande problema caso o cenário econômico se apresente de forma negativa no curto e médio prazo.
É importantíssimo ressaltar que a insegurança econômica derivada das Eleições de 2022 não se manifesta apenas no mercado imobiliário, mas também na economia como um todo.
Inclusive, isso potencializa ainda mais os efeitos de retração, já que todos os mercados estão aguardando para analisar o que acontecerá nos próximos meses.
Destacamos que, com uma alta taxa de juros, redução do poder de compra e, consequentemente da demanda, existe uma grande chance de que o crescimento em 2023 seja mais tímido, o que aumenta a cautela do mercado em relação a novos investimentos.
Em geral, não há como prever exatamente como o mercado vai reagir a eleição de cada um dos candidatos à presidência. Tudo isso irá depender do ganhador da eleição, suas propostas, seus planos e até mesmo suas ações iniciais a partir do dia 1° de Janeiro de 2023.
O fato é: seja como for, é importantíssimo ressaltar que o mercado imobiliário é extremamente sólido e muito provavelmente irá manter o seu ritmo de crescimento independente do resultado.
A grande questão será a viabilidade de alguns projetos e o seu custo-benefício, além da relação de lucro e prejuízo que será fomentada pela economia como um todo.
O ideal é agir de maneira cautelosa nos próximos meses até a finalização do processo eleitoral, para que, a partir daí, novos planos de ação de investimentos sejam idealizados e colocados em prática.
As eleições possuem uma grande influência no desenvolvimento do mercado imobiliário, mas podemos ter certeza de uma coisa: a grande tendência é de que este mercado continue crescendo ao longo dos próximos anos.
Mesmo assim, é preciso analisar de maneira estratégica o cenário macroeconômico para que se possa fazer bons investimentos e conseguir obter os melhores resultados dentro do mercado.
Fonte: mercado-imobiliario-e-eleicoes-em-2022