O revestimento na edificação não tem apenas a função de embelezamento. O revestimento serve para proteger a edificação de agentes externos , promover a segurança e o conforto do usuário e evitar a degradação dos materiais utilizados na construção.
Sendo assim, o descolamento de revestimentos não é apenas um problemas estético, mas sim um aviso de futuros problemas no interior da edificação.
Como surgem?
Durante a execução do projeto falhas como a escolha de materiais incompatíveis com as condições de uso e falhas técnicas como quando os assentadores não dominam a tecnologia de execução, ou os responsáveis pela obra não controlam corretamente o processo de produção, podem dar origem ao descolamento de rebocos e pisos.
Além disso, este tipo de patologia pode se originar de fatores externos, como: variações térmicas, sol, chuva, vento, umidade, vibrações e emissões gasosas.
Os destacamentos são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante, quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa colante.
Devido à probabilidade de acidentes envolvendo os usuários e os custos para seu reparo, esta patologia é considerada a mais séria. As situações mais comuns de descolamento costumam ocorrer por volta de cinco anos após a conclusão da obra.
Estudos complementares
Deve ser examinada a possibilidade de ocorrência de outras patologias, como vazamentos e umidade, que podem exigir exames específicos. É comum ocorrer o descolamento somente em algumas áreas, permanecendo outras aparentemente sãs. Nesses casos deve-se averiguar qual a dimensão total do problema e se a patologia poderá se estender a áreas ainda não afetadas. Para isso pode ser feito, numa primeira investigação, o teste do bate-choco, sendo que as áreas que apresentarem som cavo estarão comprometidas. No caso de pisos o teste pode ser feito percutindo-o com um bastão de madeira.
Dependendo do caso, principalmente em revestimentos de fachada, o teste do bate-choco pode não ser conclusivo sobre o prognóstico das áreas não afetadas. Nesses casos, é recomendada a realização de ensaios de aderência com equipamento apropriado, como descrito anteriormente.
De qualquer forma, para patologias graves de revestimentos de fachadas, deve ser consultado um profissional ou empresas especializadas.
Como recuperar o revestimento cerâmico solto
Primeiramente devem ser sanadas outras patologias causadoras, como umidade, vazamentos, etc.
Em seguida deve-se remover o revestimento cerâmico comprometido, conforme o diagnóstico realizado, e reassentá-lo, observando-se os seguintes procedimentos:
- limpar bem a superfície, removendo-se sujeiras, pulverulências, eflorescências, substâncias gordurosas, bolor, etc. Para isso, dependendo da extensão da parede, pode-se utilizar broxa, escova de fio de aço, escovação seguida de lavagem com mangueira ou água pressurizada. Se houver bolor deve-se fazer a lavagem com água sanitária na proporção indicada pelo fabricante, seguida de enxágue com água limpa;
- verificar o estado do emboço onde será reassentada a cerâmica, fazendo-se o teste do bate-choco. Se forem identificadas áreas com som cavo,
- remover o emboço nesses locais; se for em área de piso realizar o mesmo teste no contrapiso, com um bastão de madeira;
- reexecutar o emboço, ou contrapiso, onde necessário, conforme os procedimentos já vistos nos artigos sobre o pedreiro;
- nas áreas onde o emboço ou contrapiso estiver aderido, verificar o estado da sua superfície, friccionando-a com uma escova de fio de aço. Caso esteja ocorrendo desagregação, escovar e remover a camada desagregada até encontrar material firme e coeso;
- a regularização do emboço ou contrapiso nos locais onde sua superfície foi parcialmente removida deve ser feita com argamassa colante (a mesma usada para assentamento da cerâmica). A espessura dessa camada de regularização não deve exceder a 10 mm. Caso a espessura seja maior deve-se fazer o enchimento com as técnicas de execução do emboço e do contrapiso já vistas;
- se houver necessidade de execução de juntas de movimentação (caso de fachadas) estas devem ser executadas conforme orientações específicas, previstas em projeto de recuperação; se houver necessidade de tratamento de trincas de alvenaria, executá-las conforme os procedimentos já vistos no item anterior; fazer o reassentamento das placas cerâmicas, conforme os procedimentos vistos no ladrilheiro.
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