No Brasil, o grande número de desmoronamentos de morros e encostas mostra como esse é um assunto importante e que deve ser tratado com atenção e seriedade. Muitos lugares no país possuem um terreno bastante acidentado, o que aumenta o risco de deslizamentos, principalmente nos períodos mais chuvosos.

Além disso, pela natureza da nossa malha viária, mesmo túneis, estradas e rodovias também precisam desse cuidado. Por isso, as técnicas de contenção de encostas são consideradas fundamentais no planejamento da construção civil, em especial quando lidamos com uma área desfavorável ou que seja muito sujeita à erosão.

O que é o desmoronamento?

De maneira genérica, é o deslizamento do solo, da camada superficial das encostas. A camada pode ser composta por matéria orgânica, componentes do solo e rocha. Os eventos são classificados pelo tipo, intensidade e características das falhas. Os desmoronamentos ocorrem quando a superfície do solo se rompe e sob ação gravitacional, por isso é necessário proteger as encostas de deslizamento a fim de evitar acidentes.

Onde ocorrem os deslizamentos?

Os terrenos com grande declividade não são os únicos que estão sujeitos a desmoronamentos, visto que praticamente qualquer superfície pode ser afetada por esses acontecimentos. Isso porque não é somente a conformação da área que desencadeia o fenômeno.

As atividades humanas, como remoção da camada vegetal, impactam diretamente na coesão e estabilidade do solo. Um evento natural como o excesso de chuva também é uma causa corriqueira que resulta em deslizamentos, pois o solo fica saturado e as ligações entre as moléculas ficam mais frágeis. Desta forma, é preciso planejar como proteger as encostas de deslizamento a fim de reduzir a influência ocasionada pelas atividades citadas.

Ainda que os deslizamentos possam ocorrer em praticamente todos os tipos de terreno, sejam eles íngremes ou não, os eventos seguem um certo padrão. Tal padrão pode ser oriundo das características do solo ou dos agentes, como as chuvas e ações humanas.

Quais são as causas de desmoronamentos?

Conforme falamos, os elementos geradores de deslizamento podem ser naturais ou decorrentes de interferência humana, bem como uma combinação de fatores. Destacamos abaixo as origens mais comuns. Confira!

Fatores naturais:

  • chuva;
  • abalos sísmicos;
  • atividade vulcânica.

Vale destacar que os fatores naturais podem ocorrer isolados ou associados, o que impactará diretamente na magnitude de seus efeitos.

Interferência humana:

  • perturbação do solo;
  • alteração dos padrões de drenagem do solo;
  • inclinações exageradas de encostas;
  • irrigações;
  • ocupação indevida de encostas;

As causas oriundas de atividades humanas são mais monitoráveis que as naturais, uma vez que se sabe sua origem e quais ações devem ser adotadas para proteger as encostas de deslizamento. Outro ponto que demanda atenção são as áreas ocupadas indevidamente, ou seja, a urbanização de encostas sem planejamento.

Quais são as consequências dos deslizamentos?

Quando o deslizamento ocorre em regiões onde existem habitações ou obras de urbanismo, é possível que as edificações sofram destruição parcial ou total em consequência do fenômeno. Os danos podem atingir regiões inteiras, quando várias habitações ou construções são impactadas, ou ocorrer de maneira individual, quando apenas uma edificação sofre danos.

Os deslizamentos também podem impactar redes de abastecimento e interditar vias de acesso. As avarias geradas podem destruir ou danificar as estruturas. A magnitude do impacto varia de acordo com a velocidade do deslizamento, a quantidade de solo deslocado e da possibilidade de adotar medidas mitigadoras.

Em regiões de comum ocorrência é de suma importância monitorar a área e a gravidade com que os eventos acontecem. Afinal, as medidas preventivas são grandes aliadas na redução do impacto gerado.

Como proteger as encostas de deslizamento?

Usualmente é mais previsível e fácil de proteger a encosta quando a causa é decorrente da interferência humana. É possível fazer uso de medidas prévias que preparem o solo e utilizem elementos que atuam na estabilização do terreno.

Outra dica é realizar os movimentos de terra na época mais seca do ano, pois, nesse período, o solo não está saturado. Veja alguns métodos utilizados na proteção e contenção de encostas:

Lona: o material atua impedindo que a água penetre no solo e facilita o escoamento, portanto, mantém a coesão entre as partículas. É uma solução de baixo custo e de proteção superficial que apresenta bons resultados;

Vegetação: grama ou plantas rasteiras são uma proteção superficial do solo. Permitem a penetração da chuva e impedem a erosão. No entanto, para casos onde a velocidade de deslizamento seja alta, a camada vegetal pode ser levada;

Grampeamento do solo: tipo de proteção estrutural e muito utilizada em solos coesos;

contraforte de concreto: parede de concreto estruturada, usualmente utilizada em contenções de aterro;

Muro de arrimo: contenções específicas que dão suporte à terra, isolam e permitem a acomodação do solo;

Cortinas atirantadas: o tirante tem a função de transferir carga de um maciço ou parede de contenção. É chamada de cortina, pois os tirantes são dispostos em estrutura de concreto armado;

Grelha: reticulado de vigas com tirantes nos pontos de união.

Outra questão que deve ser ressaltada é a necessidade do planejamento quando falamos de movimentação de terra. É preciso observar as características de composição do substrato, capacidade de suporte de carga, inclinações e outros dados para conseguir determinar qual solução é a mais adequada.

Fonte: wasaki e lonax